Existe alguma maneira mais eficiente de pensar?
- Renan D'Almeida de Almeida
- 19 de ago. de 2016
- 8 min de leitura

Este texto, normalmente seria sobre a minha opinião sobre o livro “Super Crunchers: Por Que Pensar Com Números É A Nova Maneira De Ser Inteligente” , mas desta vez farei um pouco diferente. Vou mesclar um texto informativo com minha opinião sobre este livro. Eu estava passeando pelas ruas do centro do Rio de Janeiro(Apenas imagine isso sendo possível) quando me deparo com uma banda de venda de livros usados. Apenas isso já era suficiente para me chamar atenção e quando pude observar que todos os livros ali eram vendidos a dez reais cada isso me atraiu como um ímã. Como livros de histórias não me atraem fiquei então fixado em um especifico. Seu subtítulo era bem chamativo para mim e dizia: “Por Que Pensar Com Números É A Nova Maneira De Ser Inteligente”. Comprei este livro para responder exatamente esta pergunta “Será que existem maneiras mais eficientes de usar nosso cérebro?”. Claro que não existe uma formula genérica que trará todas as respostas do universo de uma só vez, mas podemos sim obter respostas melhores utilizando alguns meios até comuns.

Este livro foi escrito por Ian Ayres. Um advogado americano e economista. Ele é um professor da Escola de Direito de Yale e na Yale School of Management. Ayres cresceu em Kansas City, Missouri , onde se graduou na Pembroke Country Day School , em 1977. Ele jogou basquete do colégio, correu cross country, e serviu como editor executivo do jornal ensino médio. Ayres escreveu um artigo de opinião de seu último ano chamado "Black Like Me" (nomeado para o 1961 do livro de mesmo nome ), uma peça controversa detalhando as consequências de seu marcar a caixa "afro-americano" para a corrida em sua PSAT , o que levou a consideração para os prêmios acadêmicos. Ayres formou summa cum laude em 1981 da Universidade de Yale com um grau duplo em estudos russos e economia. Ele então recebeu seu JD em Yale Law School em 1986, onde ele foi editor da Yale Law Journal . Ele recebeu seu Ph.D. em economia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts em 1988.
O team do Livro
Primeiro vamos entender sobre o tema do livro. Este livro se trata

basicamente de análise de dados para tomada de decisões. Nestas horas ficamos algumas vezes divididos entre a intuição e informações que possuímos, por exemplo:
Você está em dúvida entre duas televisões onde uma delas é muito recomendada por outros clientes e a outra é de uma marca de seu gosto pessoal, porém está com um índice de aprovação menor em relação a outra. E aí, já sabe qual será a sua escolha?
Uma pessoa se baseando somente em análise de dados escolheria a televisão com maior indicie de aprovação e uma pessoa que se baseia puramente na sua intuição escolheria a sua marca preferida, mas onde quero chegar com isso? Existem decisões baseadas em intuição e decisões baseadas em dados estatísticos. De uma forma geral a decisão baseada em dados estatísticos tem uma maior probabilidade de acerto. Este livro cita diversos exemplos de como a análise de dados foi útil para varias ramos de atuação, como por exemplo: A análise de dados ajudou uma vinícola a produzir melhores vinhos, ajudou um olheiro de jogadores de basebol a escolher jogadores mais eficientes e com melhores, ajudou e ajuda até hoje as empresas na hora de escolher seu layout de anúncios, ajuda sites ao exibirem matérias e/ou links que são mais condizentes com o perfil do seu leitor e etc. Todos estes casos citados e muitos outros são detalhadamente explicados no livro.

Intuição VS Analise de dados.
Intuição - A intuição é uma ferramenta natural de todo ser humano e pode ser muito valiosa nas decisões do seu dia a dia. Existem três tipos de intuição: A baseada em observação onde a pessoa não sabe explicar todo o conceito, mas somente olhando o objeto de sua analise ela já consegue prever ou captar alguma informação útil; A baseada em experiências onde a pessoa já vivenciou tanto uma análise ou uma situação que ela apenas pode prever o resultado sem grande esforço; e a baseada quase que em clarividência, onde a pessoa sem muitos dados ou até mesmo nenhuma informação da uma previsão de algum acontecimento futuro. A intuição, de uma forma simplista, ajuda na tomada de decisão quando não sabemos explicar muito bem a decisão ou os fatores que levaram a aquela decisão.
Analise de dados – A análise de dados são o conjunto de técnicas que podem ser utilizadas individualmente ou em conjunto para análise de determinado conteúdo para ser tomado uma decisão. Existem também três tipos de dados que podem ser analisados e estes são dados quantitativos, categóricos e qualitativos. A análise de dados se baseia em dados que são pesquisados através de observação e/ou pesquisas dos mais diversos tipos e através de formulas ela pode orientar o usuário de seu banco de dados a tomar determinadas decisões.
A análise de dados em circunstâncias normais consegue ter mais acertos do que pessoas baseadas apenas em intuição. Um caso curioso na medicina teve auxilio de “análise de dados”. A muito tempo os médicos não lavavam as mãos para realizar os procedimentos cirúrgicos como o parto por exemplo. Na época os médicos poderiam ir direto de um necrotério após fazer uma autopsia para a realização de um parto. Na época muitas mulheres morriam com o que era chamado “febre do parto”. Através de observação Philipp Semmelweis percebeu que o indicie de mortalidade em seu hospital durante os partos era 11,2%e em um outro hospital era por volta de 2,7%. Fazendo uma pesquisa sobre procedimentos ele notou que a principal diferença era no procedimento entre a ida do necrotério a sal ade parto onde os médicos simplesmente lavavam as mãos. Pode parecer uma coisa normal nos dias de hoje, porém na época da observação, 1844, isso era um procedimento que era não praticado pelos médicos.
Qual é o melhor de tomada de decisão?
Nenhum dos dois meios apresentados são perfeitos, ou seja, nenhum dos dois meios excluem a possibilidade de falha. No meio intuitivo apesar do indicie de acerto ser menor exige-se também a presença de um especialista na área que está sendo avaliada e esta avaliação do especialista, a princípio, está acima de contestação. Em contrapartida a decisão baseada em intuição consegue ter uma dinâmica um pouco melhor pois a avaliação é feita de uma forma mais naturalista e com um menor gasto de tempo pois muitas vezes o especialista por meio de seu “know-how” consegue chegar a decisões mais rapidamente. No meio da análise de dados temos um problema que são exatamente os dados. Para um método de avaliação funcionar os dados devem ser inseridos pois sem dados também não temos decisão, ou seja, a análise de dados inexiste sem um banco de dados sólido, robusto e confiável. Os bancos de dados onde ficam os dados para a análise devem ser alimentados o máximo possível e com grandes quantidades de informação e isso leva tempo e dinheiro para ser feito. Felizmente hoje existem empresas que trabalham justamente colhendo informações e montando os bancos de dados, pois isso facilita um pouco o trabalho. Um dos pontos de extrema força da analise de dados é que ela mesma pode fazer uma auto avaliação para dizer o nível de confiabilidade de suas decisões. Em contrapartida a análise de dados ao ser finalidade produz resultados muito mais confiáveis e o mais importante, são decisões que podem ser devidamente explicadas através de relatórios e gráficos onde qualquer pessoa, até mesmo os que não são especialistas na área podem entender.
Não podemos usar a intuição e a análise de dados ao mesmo tempo?
Existe sim a possibilidade da utilização destes dois métodos em conjunto, afinal de contas, de certa forma os dois métodos já “atuam juntos”. Onde parte dos dados inseridos foi conseguido através de especialistas em suas observações e estes dados são analisados, avaliados e relatórios são gerados em cima da análise de dados. E se ambos pudessem tomar as decisões juntos... Bem, não é uma tarefa assim tão fácil. Considerando que ambos os sistema podem apresentar falha, observe este exemplo abaixo:

Cápsulas de pouso da NASA – A cápsula de pouso da NASA não possuíam um sistema de abertura pelo lado de dentro da cápsula. Este sistema evitava que o piloto cometesse algum erro ou se antecipasse a algum processo e abrisse a cápsula no momento errado. A cápsula só podia ser aberta por fora e no momento em que a equipe de resgate estivesse pronta. Isso causava um enorme desconforto em seus tripulantes e a NASA resolveu então ceder adicionando este recurso. Como resultado um dos tripulantes se antecipou ao processo de resgate e a cápsula quase afundou completamente na água.

A Perna quebrada – Os sistema de analises de dados podem realizar qualquer tipo de previsão e/ou decisão desde que tenham os dados necessários e corretos. Foi feito uma analise para saber se determinadas pessoas iriam ao cinema em um determinado dia da semana. Para isso se inseria os dados da pessoa e o sistema dava a resposta indicando a porcentagem de chance de o evento acontecer. Em um dos participantes as chances eram altíssimas, quase 100%, porem o resultado foi contrario e ele acabou não indo ao cinema. Ao verificarem a situação foi descoberto que naquele mesmo dia ele quebrou a pena e ficou impossibilitado de sair de casa.
Recomendação
Para aquele que querem aprimorar suas formas de pensar e raciocinar recomendo que leiam e aprendam sobre:

Desvio padrão – É uma formula onde calculamos o quanto uma média pode variar em relação a seu numero fixo. Por exemplo: em um mês normal você possui gastos em torno de R$800,00. Através desta formula você poderá calcular quanto esse valor pode variar e assim pode se programar melhor.

Teorema de Bayes – É útil quando queremos calcular a probabilidade de um evento ocorrer devido ocorrências em um outro evento. Esta formula pode ajudar desde pesquisas de relação entre performance dos estudantes e consumo de drogas até previsão de condições meteorológicas.
Considerações finais
Se tivéssemos que explicar estas duas formas de pensar de maneira rápida, poderíamos dizer que a analise de dados consegue avaliar melhor uma situação a qual foi muito bem mapeada e detalhada pois ela leva em conta as variáveis inseridas enquanto a intuição consegue trazer respostas que nem sempre são explicadas totalmente porém são baseadas em observações e até mesmo experiências pessoais ou de outros. A grande sacada é que pode haver uma parceria proveitosa entre a analise de dados e os especialistas com suas intuições, ou seja, não precisam ser métodos concorreres e eles podem se ajudar mutuamente. Um especialista em determinada área(Pedagogia por exemplo) poderia coletar informações sobre seus métodos de ensino e a resposta que seus alunos dão no dia a dia e nas provas. Estas informações seriam inseridas no banco de dados de um software de analise de dados e o especialista poderia assim avaliar a melhor maneira de passar determinado conteúdo. Por se especialista em sua área ele também seria capaz de inserir seus dados com maior precisão e conhecer assim os dados que possuem maior relevância em sua pesquisa. Estes dois métodos são incríveis para tomada de decisão onde cada um utiliza dados de forma diferente para tomar as decisões. Estas duas maneiras são apenas métodos, puras ferramentas que podem ser utilizadas em conjunto para decisões mais confiáveis. Cabe apenas a você usar da melhor maneira.
Fontes: Livro: Super Crunchers: Por Que Pensar Com Números É A Nova Maneira De Ser Inteligente www.super.abril.com.br/ciencia/o-poder-da-intuicao www.psychologytoday.com/blog/the-intuitive-compass/201108/what-is-intuition-and-how-do-we-use-it http://www.ceismael.com.br/filosofia/intuicao-e-inspiracao.htm http://www.rbras.org.br/rbras57/sites/default/files/SRGiolo_57Rbras.pdf http://bogliolo.eci.ufmg.br/downloads/AOI%202010_2%20Aula%202.pdf http://www.ccih.med.br/semmelweis.html
Comments