Desordem do Estresse Pós-Traumático(DEPT) e Fobias
- Renan D'Almeida de Almeida
- 7 de nov. de 2016
- 8 min de leitura
Como são criadas as memórias

As memórias normalmente são criadas quando a informação do SAR é enviada para uma parte do cérebro chamada Corpo Amigdaloide, onde é dado um peso emocional antes de passar para o hipocampo. O hipocampo avalia a informação contrária que mantém a memória a longo prazo e a apresenta ao córtex para analise e memória a longo prazo.
Através desta explicação é correto dizer que as memórias com maior carga emocional são aquelas que se tornam mais vivas e com maior riqueza de detalhes em sua mente. Estas memórias também tendem a ficar registradas por mais tempo.
Desordem do Estresse Pós-Traumático(DEPT)

O publico em geral apenas tomou conhecimento da Desordem do Estresse Pós-Traumático(DEPT) quando os filmes sobre as grandes guerras começaram a ser produzidos. Hoje a cobertura de noticias ao redor do mundo nos torna muito mais conscientes e mostra que o DEPT é bastante comum também com pessoas que trabalham com serviços emergenciais assim como também pessoas vítimas de crime.
O DEPT ocorre quando a amígdala recebe uma carga com valor emocional bastante alto, entra em pânico e não consegue enviar a informação para o hipocampo. Sendo assim o evento torna-se uma armadilha dentro da amígdala e o hipocampo não tem como apresentar a memória para o neocórtex avaliar e o que significa que o cérebro não pode processar ou racionalizar o evento. Como a amígdala é um órgão primaria e responsável pela sua sobrevivência, em DEPT, as pessoas permanecem em constante estado de excitação, causando flashbacks e autos níveis de ansiedade. Fobias e DEPT são parte do grupo de transtorno de ansiedade. Ambas tem estrutura similar pois as memórias ficam retidas na amígdala.

Não existe um grupo de risco específico, sendo assim qualquer pessoa pode desenvolver o DEPT, seja homem ou mulher, criança ou ancião. O tempo entre um evento traumatizando e o desenvolvimento do trauma é variável, mas a média é em torno de três meses. O Tempo de recuperação também é variável de acordo com o trauma e com a pessoa, porém gira em torno de seis meses a alguns anos. Caso a pessoa opte por não tratar a fobia poder acompanhar a pessoa durante toda a sua vida.
Fobias

Alguns estudos indicam que fobias são resultados de traumas ocorridos com a própria pessoa, por exemplo, quando um animal pula repentinamente em cima de uma pessoa. Outras pesquisas indicam que a fobia pode ser gerada através de experiências de outras pessoas como quando uma pessoa observa a reação de outra pessoa que possui determinada fobia, por exemplo, uma criança quando observa a reação de pessoas a sua volta que possuem ofidiofobia¹.
Minha opinião é que as fobias podem ser geradas por experiências pessoais e também por experiências de terceiros através de um fenômeno conhecido como Ressonância Emocional². Como um acréscimo ainda amplio este conceito com um estudo onde se afirma que fobias também podem ser transmitidas geneticamente. Pesquisadores da Universidade Emory, em Atlanta, descobriram que uma situação que cause algum tipo de trauma não só provoca alterações estruturais no cérebro, como também promove mudanças genéticas no DNA. Eles chegaram a esta conclusão ao fazer com que ratos associassem o odor da flor de cerejeira a choques elétricos. Depois que os animais se reproduziram, duas gerações de crias demonstraram temer aquele mesmo cheiro.
É extremamente importante dizer, e deveria também ser óbvio, que fobias não são meros caprichos de pessoas que apenas querem chamar atenção. Fobias são sentimentos ruins que são automaticamente vivenciados quando a pessoa se encontra em uma situação específica. Quando determinado evento dispara em uma pessoa algum sentimento, seja ele positivo ou negativo, este evento pode ser chamado de gatilho emocional ou ancora emocional.
Uma das coisas mais curiosas quando tratamos também de gatilhos emocionais ou ancoras emocionais³ e que o mesmo evento pode disparar ou iniciar comportamentos diferentes em pessoas diferentes. Isso ocorre pois cada pessoa vivencia um mesmo evento de maneiras diferentes essas reações vão depender das experiências que a pessoa teve em seu passado.
1- A ofidiofobia ou ofiofobia referem-se ao medo de serpentes. O medo de cobras é às vezes chamado por um termo mais geral, herpetofobia, o medo de répteis. 2 - É o fenômeno onde uma emoção é transmitida de uma pessoa para outra. Esta emoção pode ser transmitida através das mais diversas formas de comunicação. Este fenômeno é muito usado por atores e atrizes quando estão atuando e através dele muitas vezes conseguimos ter as mesmas experiências do personagem que está sendo visto. 3 – Gatilhos e ancoras emocionais são conceitos relacionados a psicologia que tratam de causa e efeito.
Sintomas

Os sintomas do transtorno do estresse pós-traumático se dividem em categorias principais:
Reexperiência traumática: pesadelos e lembranças espontâneas, involuntárias e recorrentes (flashbacks) do evento traumático revivescência.
Fuga e esquiva: afastar-se de qualquer estímulo que possa desencadear o ciclo das lembranças traumáticas, como situações, contatos ou atividades que possam se ligar às lembranças traumáticas.
Distanciamento emocional: diminuição do interesse afetivo por atividades, pessoas, que anteriormente eram prazerosas, diminuição de afetividade.
Hiperexcitabilidade psíquica: reações de fuga exagerados, episódios de pânico (coração acelerado, transpiração, calor, medo de morrer...), distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância (estado de alerta).
Sentimentos negativos: sentimentos de impotência e incapacidade em se proteger do perigo, perda de esperança em relação ao futuro, sensação de vazio.
Exames
Como em todos os quadros de estresse, existem vários marcadores biológicos que podem ficar alterados e que são instrumentos auxiliares no diagnóstico de estresse pós-traumático:
Dosagem do cortisol (o hormônio do estresse)
Dosagem dos hormônios da hipófise
Dosagem dos hormônios da tireoide
Dosagem dos hormônios sexuais
Uma polissonografia pode nos revelar as consequências do estresse pós-traumático no sono
Tratamento

Para tratar o DEPT existem intervenções psicoterápicas e psicossociais. Alguns clínicos dizem a pessoa deve encarar o trauma para desenvolver maneiras eficientes de enfrentamento. Profissionais na área da terapia utilizam técnicas de exposição imaginária, hipnose, para reduzir os resultados do trauma e minimizar os efeitos dos sentimentos negativos. O tratamento do DEPT pode incluir também terapia medicamentosa, terapias cognitivo-comportamental e abordagem psicodinâmica. Estes tratamentos também podem ser utilizados simultaneamente de acordo com a necessidade de cada caso.
A Terapia Cognitiva Comportamental(TCC) é um tratamento extremamente eficaz que trabalha direto na cognição da pessoa, ou seja, ele atua diretamente relacionando um comportamento a uma emoção. Ele está ligado também a forma com que a pessoa percebe o mundo a sua volta e como ela absorve aquele tipo de informação. Através desta terapia a pessoa pode mudar a forma com que ela observa o seu trauma e assim ter um comportamento diferente.
O tratamento farmacológico desempenha papel importante e efetivo na redução dos sintomas do TEPT. Algumas pesquisas indicam que dentre os medicamentos utilizados, os antidepressivos são os mais eficazes e atuam como bons instrumentos no cuidado da vítima. Nesse caso, destacam-se a imipramina e sertralina como os fármacos que obtiveram os resultados mais positivos.
Seja qual for o tratamento deve-se ter em mente que não existe uma padrão para ser aplicado em cada caso. Deve haver um tato da equipe multidisciplinar e ela deve manter o foco na pessoa. Ajudando ela a primeiramente minimizar os sintomas emergenciais, promover a reinserção da pessoa na sociedade e dar as ferramentas necessárias para que a pessoa possa seguir o seu caminho com uma melhor qualidade de vida.
Amenizando fobias com PNL

Existem diversas técnicas para controle de fobia. Vou apresentar uma técnica bem simples voltada para a programação neurolinguística. Nesta técnica você reviverá um trauma de maneira mais segura sem ter a necessidade de ter contato com a situação que desencadeia a resposta fóbica. Vale lembrar que não queremos criar um manual de como acabar com fobias em passos simples, nem substituir e nem tirar a participação dos profissionais da área. Apenas queremos demonstrar maneiras de dar mais confiança e ajudar pessoas a ter uma melhor qualidade de vida. Recomendamos que sempre que necessário procure ajuda de uma pessoa especializada.
Primeira coisa que precisa saber é que toda fobia tem uma lado positivo, pois ela é um tentativa do subconsciente de proteger a pessoa. Procure entender isso e seja grato por esta forma de cuidado.
Antes de tudo você deve ter a consciência de que está em um ambiente seguro e acompanhado de outra pessoa que também te faça sentir seguro(a). Nesta experiência você conseguirá criar uma separação entre o você(Relaxado e tranquilo) e as emoções de um trauma ou resposta fóbica. Em outras palavras você terá a chance de observar o seu próprio comportamento e conseguirá fazer uma analise se aquele comportamento está de acordo com a situação.
Existem milhares de métodos, porém o que vamos mostrar é sobre dupla dissociação. A Dissociação é feita, por exemplo, quando você concentra sua atenção na tela do cinema. Vamos separar um passo a passo para facilitar a experiência, leia e releia com atenção e quando estiver entendido cada passo pode então por em prática. Faça bom proveito destas técnicas.
1 – Identificar quando e/ou o que faz despertar em você uma resposta fóbica. Você pode encontrar dicas de como identificar logo acima quando tratamos do assunto relacionado a sintomas.
2 – Mantenha em mente que você está confortável e seguro em relação ao ambiente e em relação a pessoa que está te acompanhando. Você estava seguro antes, está seguro agora e até mesmo depois do processo. Você estará no controle de todo o procedimento.
3 – Se imagine agora em uma sala de cinema. Não é necessário fechar os olhos, mas talvez seja mais fácil assim. Agora que você está na sala de cinema sentado. Você vai sentir a sala de cinema em si. Repare como o assento é macio e sinta a textura do tecido que o reveste. Repare na temperatura do ar que está agradável naquele ambiente. Na sua mão esquerda tem um copo com a sua bebida preferida na temperatura exata do seu agrado. Tome um gole e sinta o gosto da bebida em sua boca. A partir de agora você consegue escutar o projetor da sala ligando e fazendo o seu barulho especifico e a primeira imagem é projetada na tela.
4 - Você está totalmente confortável. Tão confortável que se sente leve. Você flutua para fora de seu corpo e consegue ver aquela cena toda de cima.
5 - Você flutua em direção a cabine de projeção e consegue entrar nela. Lá de cima você consegue se ver ainda sentado na poltrona e olhando para a tela.
6 – Comece a projetar um filme preto e branco. Em uma tela bem pequena. Este filme exibirá a memória desde antes do evento traumático e sentia seguro.
7 – Volte para o seu assento e veja todo o filme. Desde o início até o final e lembre-se de assisti-lo em preto e branco.
8– PARE o filme e deixe agora a tela totalmente branca.
9– Agora volte para a cabine de projeção e volte o filme bem depressa, em questão de um oi dois segundos. Volte direto ao inicio e quando estava completamente seguro. Coloque ele em uma tela grande. Assista novamente o filme estando no seu assento.
10 – Quando estiver assistindo o evento. Procure deixar a imagem o mais escura possível, ou procure desfocar a imagem ou colocar esta parte em uma tela que vai encolhendo bem devagar. Quando chegar na parte onde está seguro e confortável coloque em uma tela grande esta imagem, uma imagem colorida e bela. Antes de acabar pause esta imagem por alguns segundos e apenas admire.
11 - Você pode realizar os passos 9 e 10 quantas vezes achar necessário. Vai perceber que cada vez que faz isso o evento perde a intensidade e começa a não trazer mais aquela carga fóbica, sendo assim ele vai claramente enfraquecendo.
12 – Bem... Parece que a seção acabou. Agora assim que você sair do cinema faça um teste em uma situação imaginária similar e veja que a sua reação está bem mais positiva.
Curiosidades
Segue abaixo algumas palavras para brincar com alguns parentes ou amigos próximos quando estiverem em uma situação descontraída, mas em hipótese alguma acuse alguém de ter FRONEMOFOBIA(Medo de pensar). Também não é legal desejar que alguém que tenha ABLUTOFOBIA(Medo de banho) sente ao lado da sua sogra na mesa do jantar, mesmo que você possua TERAFOBIA(Medo de sogras).
Peladofobia: Medo de pessoas carecas.
Filofobia: Medo de apaixonar-se ou amar.
Xirofobia: Medo de barbeadores
Galeofobia: Medo de gatos.
Triscadecafobia: Medo do número 13.
Oitofobia: Medo do número 8.
Fobofobia: Medo de fobias.
Coulrofobia: Medo de palhaços.
Hipopotomonstrosesquipedaliofobia: Medo de palavras grandes.
Fontes:
Livro: PNL para Iniciantes de Romilla Ready e Kate Burton
Indesp – Instituto de Desenvolvimento Pessoal
http://rrenanddalmeida.wixsite.com/psicologiadavida/single-post/2016/10/21/Sistema-de-ativa%C3%A7%C3%A3o-reticularSAR
http://rrenanddalmeida.wixsite.com/psicologiadavida/single-post/2015/06/26/Sentimentos-X-Mem%C3%B3ria
www.minhavida.com.br/saude/temas/transtorno-do-estresse-pos-traumatico
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI346307-17770,00-FOBIAS+PODEM+SER+MEMORIAS+TRANSMITIDAS+GENETICAMENTE.html
http://www.psicosite.com.br/tra/ans/estrespos.htm#diagnostico
http://psicoterapia.psc.br/mais/artigos/estresse-pos-traumatico
http://www.itcbr.com/oque.shtml
https://psicologado.com/psicopatologia/transtornos-psiquicos/transtorno-de-estresse-pos-traumatico-descricao-clinica-sintomatologia-causas-e-tratamento
Comments